segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

"A Beija-Flor trouxe todo o colorido do Maranhão para suas alas", revela Alcione

 "A Beija-Flor trouxe todo o colorido do Maranhão para suas alas. Foi perfeito!". Assim a cantora Alcione definiu o desfile da escola de samba carioca que levou para a Sapuací o enredo “São Luis, o poema encantado do Maranhão”, que celebrou e homenageou os 400 anos da capital maranhense que serão comemorados em setembro desse ano.

Na avenida foi exatamente o que se viu. Muito colorido em todas as alas, fugindo um pouco ao tradicional azul e branco, cores da Beija-Flor. Retratando as lendas, a cultura popular, a literatura e a formação do povo maranhense, a escola fez um desfile com muito brilho e desponta mais uma vez como umas favoritas ao título de campeã carioca, assim como aconteceu em 2011.

Já na Comissão de Frente, a Beija-Flor trazia uma das mais famosas lendas ludovicenses, a serpente encantada que, segundo as crendices, encontra-se adormecida e cresce pouco a pouco ao redor da ilha de São Luís, e no dia em que sua cauda encontrar a cabeça, o monstro destruirá a cidade, fazendo com que ela seja tragada para sempre pelo oceano.

Ao longo das alas, mais lendas de São Luís foram retratadas pela escola de Nilópolis, como a Carruagem de Ana Jansen, a Manguda, entre outras. Além das lendas, a cultura popular maranhense também foi destaque na Sapucaí.

Um Bumba-Meu-Boi de 11 metros de altura destacava o carro alegórico denominado “Bumba-meu-Boi, o encanto das festividades que enfeitam São Luis”. Junto ao carro, uma ala formada por brincantes de grupos ludovicenses, deram ênfase à manifestação folclórica mais característica do Maranhão.

Outro destaque da Beija-Flor em relação ao Bumba-Meu-Boi e que chamou a atenção do público, foi a inclusão dos famosos pandeirões que compõem o ritmo da brincadeira, na bateria da agremiação.

 A homenagem ao carnavalesco maranhense Joãosinho Trinta, morto em dezembro do ano passado, e que já esteve a frente de carnavais da Beija-Flor, foi uma surpresa guardada até a hora do desfile.

A homenagem veio por meio do polêmico samba enredo ’Ratos e Urubus, larguem a minha fantasia’, desenvolvido por Joãosinho Trinta em 1989 na Beija-Flor. O carro deste setor trouxe um grande boneco articulável do sambista. O boneco de Joãosinho substituía a polêmica imagem do Cristo Redentor que foi impedido de ser mostrado no desfile daquele ano.

“Esse foi o maior sonho de Joãosinho. Ter a imagem daquela ala descoberto. Então essa foi a forma que encontramos de homenageá-lo”, disse o diretor-geral de Carnaval da escola, Luis Fernando Ribeiro do Carmo, o Laila.

Maranhenses no Rio e em São Luís comentam o desfile
O Ludovicense Flaviomiro Mendonça viajou para o Rio de Janeiro para prestigiar o desfile com o enredo em homenagem a capital maranhense. Acompanhando todos os detalhes, ele falou maravilhado sobre o que viu. “Foi um desfile incrível. A Beija-Flor levou muito brilho e toda a magia da nossa São Luis para a avenida. Foi maravilhoso acompanhar todo o desfile”, exclamou.

Já muitos ludovicenses que acompanhavam o desfile pela TV destacaram os pandeirões do Bumba-Meu-Boi na bateria da escola de samba. "A inclusão dos pandeirões na bateria foi algo que arrepiou mesmo. Muito Legal", comentou a jornalista Andressa Miranda.

Flaviomiro e Andressa, assim como muitos ludovicenses, no Rio ou em São Luis, acompanharam todo o desfile, enquanto compartilhavam as suas impressões nas redes sociais, como Facebook e Twitter.

Confira abaixo o samba-enredo “São Luís – O Poema Encantado”

Tem magia em cada palmeira que brota em seu chão
O homem nativo da terra
Resiste em bravura
A dor da invasão
Do mar vêm três coroas
Irmao seu olhar mareja
No balanço da maré
A maldade não tem fé sangrando os mares
Mensageiro da dor
Liberdade roubou dos meus lugares
Rompendo grilhões, em busca da paz
A força dos meus ancestrais

Na casa nagô a luz de Xangô Axé
Mina Jêje um ritual de fé
Chegou de Daomé, chegou de Abeokutá
Toda magia do vodun e do orixá

Ê rainha o bumba-meu-boi vem de lá
Eu quero ver o cazumbá, sem a serpente acordar
Hoje a minha lágrima transborda todo mar
Fonte que a saudade não secou
Ó Ana assombração na carruagem
Os casarões são a imagem
Da história que o tempo guardou
No rádio o reggae do bom
Marrom é o tom da canção
NA terra da encantaria a arte do gênio João

Meu São Luís do Maranhão
Poema encantado de amor
Onde canta o sabiá
Hoje canta a Beija-Flor

Fonte: O Imparcial
Edição: Cícero Ferraz

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